
"Ó nobre filho, ouça atentamente sem distrair-te. Existem seis estados de Bardo, que são: o estado natural do Bardo durante a vida; o Bardo do estado onírico (durante o sono); o Bardo do equilíbrio estático (da profunda meditação); o Bardo do momento da morte (Chikhai Bardo); o Bardo da experiência da Realidade (Chönyid Bardo); o Bardo do processo inverso da existência samsárica (ou o bardo do renascimento, Sidpa Bardo)... Ó nobre filho, é chegado o momento daquilo que denominam "morte"... Não te apegues mais a esta vida por fraqueza ou covardia... Não sejas fraco, não te apegues... Lembra-te que a preciosa verdade, agora, a ti se revelará..." [pág 71/72] Bardho Tödol
A ilusão do ego – personalidade
A maior parte
de nós ainda pensa sobre si mesmo como sendo o corpo e/ou a personalidade, ou
seja, como sendo o João ou a Maria. J
Contudo, os
yogues sabem que múltiplos “eus” compõem a Entidade a que chamamos Homem. E
tudo isto é bem entendido quando se muda de estado ou dimensão, melhor dizendo,
quando a nossa consciência se move por entre os eus.
A morte como o despir de uma roupa velha
e usada
Há uma imagem
que gosto de utilizar, como metáfora, para explicar os corpos que possuímos em
níveis energéticos progressivos. Somos tal como uma cebola, uma cebola especial,
que tem uma lâmpada no interior cuja luz é mais forte de cada vez que retiramos
uma pele. Estas peles são como múltiplas peças de roupa que vamos descartando
ao longo da evolução espiritual. Ver mais aqui.
O caminho para
descobrir a Verdade Absoluta leva-nos até a esta Luz Interior e uma vez
conseguida esta façanha nunca mais voltamos e estar sós e perdidos.
A morte por etapas
A morte física
dá-nos uma noção muito exata destes conceitos. Os povos orientais sempre a
estudaram e dizem-nos com muita lógica que, sabendo o que se passa na altura da
morte sabem também como somos constituídos e como interagem os nossos corpos
extra físicos entre si.
1ª etapa - A ausência de filtros
É uma crença
universal que temos o dever de proporcionar uma boa morte a todos os que a Vida
nos confia. Isto porque, tal como nascemos, aquando da hora da morte perdemos
os filtros proporcionados pela mente intelectual e personalidade. Estes filtros
impedem que extrapolemos entre o muito bom e o muito mau. Sadhguru explica isto
muito bem no seguinte filme.
Diz ele que é como se fossemos de novo bebés em que com uma pequena
infelicidade se gera um inferno de miséria e com uma pequena alegria um paraíso
celestial.
2ª etapa – A ausência de prana e a morte
do corpo físico
No filme
anterior Sadhguru explica ainda a saída das 5 manifestações de prana (samana, prana, udana,
apana, vyana) no pós-morte. Ao fim de 12h a saída da forma de prana geral
(Vyana) impossibilita a ressuscitação.
3ª etapa: As ilusões dos planos astrais
Dizem os Tibetanos
no seu célebre Bardho
Tödol, Livro dos Mortos, que quando se morre, a maior parte das pessoas não
está preparada para tal e nem percebe que morreu.
Quando alguém
assim morre, a primeira coisa que faz é tentar falar com os vivos, com a sua
família e amigos. Mas depois, percebe que ninguém a ouve e começa a vaguear e
apercebe-se que não tem sombra, nem deixa pegadas na areia. Acaba afinal por
entender que morreu e é nessa altura que se apercebe dos Auxiliares, que a têm
a missão de ajudar os mortos no plano astral. Essas pessoas vão guiá-la e
apoiam-na ao atravessar os 3 bardhos.
Há vários
níveis de compreensão e evolução e para algumas pessoas é muito complicado pois
não acreditam em nada, nem em Deus. Essas ficam numa bolha escura porque são
ignorantes espiritualmente. Ficam ali até ser insuportável e até que começam a
ver a luz astral. Os dogmas e crenças têm o mesmo efeito. A própria pessoa faz
isso… aliás tudo o que nos acontece somos nós que produzimos devido ao que
pensamos.
Essas pessoas
ficam assim muito tempo (para elas) … o Tempo aqui não é igual ao nosso.
Por exemplo, os
tibetanos acreditam que no final de 49 dias terrenos a pessoa está preparada
para reencarnar. Os lamas tibetanos telepáticos comunicam com os monges que
atravessam todo o período da morte, antes, durante e depois. No livro Bardho Tödol (livro tibetano dos
mortos) fala nisto tudo e na reencarnação também. Bardho é o local onde a
pessoa fica entre reencarnações. Para nós é o plano astral e existem vários
níveis neste plano. Vamos para aquele nível compatível com a nossa energia.
A meditação como processo de sair da
roda do Samsara
O nível mais
alto deste plano é usado, na altura da morte, por monges muito evoluídos e que nele
entram em meditação observando tudo o que a mente lhes apresenta: luzes, seres,
sons, etc. Eles não se ligam a nada, nem se fascinam (apegam) com nada porque
sabem que a mente produz tudo e nada disto é real. Entrando na meditação do
vazio, sabem que apenas a Luz astral é verdadeira e ficam na Luz em Paz,
ignorando tudo o resto. Se o fizerem bem não voltam a reencarnar pois atingem a
iluminação pós morte.
As pessoas
vulgares costumam apegar-se a algo que vêm durante esse tempo pós morte e é por
isso que voltam a reencarnar, pois querem satisfazer um desejo, um apego.
Esta meditação
deixa passar tudo tal como a meditação do vazio e em vez de se concentrarem na
respiração (que já não existe porque estão mortos) ligam-se à Luz. Produz-se
assim a Iluminação e ficam livres da roda do Karma (Samsara) e se quiserem
voltar a reencarnar podem escolher onde e quando, sem serem obrigados ou
atraídos sem escolha para um determinado casal. Essa fascinação ou apego obriga
ao reencarne num determinado lugar onde seja possível satisfazer esse desejo. Geralmente
as emoções levam-nos a esses apegos e podem dar lugar a situações muito
complexas. Numa situação simples: o desejo de aprender ballet pode dar origem
ao reencarne numa família adequada à satisfação desse desejo.
Se quiserem
saber a descrição dos 49 dias dos Bardhos podem ler aqui.
O local do corpo onde a alma sai reflete
a evolução espiritual do corpo e condiciona o loka onde reencarna:
Veja também o Brihadaranyaka
Upanishad.
O Nascimento – quando entra a alma no
corpo?
É um processo
gradual…ao fim de 42 48 dias a vida entra no corpo do feto. Algumas vezes entra
mais tarde e isso significa que é Alguém especial. Entre 84 e 90 dias a vida
realmente liga-se ao feto e desde então passa a ser um bebé. Ver mais aqui.
O renascer iniciático
Como já disse
noutro post,
o renascer de um iniciado marca a sua nova vida e desde os mistérios Egípcios
que temos arquivos
que mostram que assim o é.
Durante três
dias o iniciado desce aos infernos, faz serviço noutros lokas e acorda na sua “cruz
elevada e cubo desenvolvido” com nova energia entrando pelo chakra coronário. É
assim que se dá o passamento de neófito a iniciado. Seja dentro de um sarcófago
numa pirâmide ou dentro de uma gruta, ou caverna ou catacumba, o processo e
efeito é o mesmo.
A transmigração no Tibete
Lobsang Rampa e
Ramacharáca reclamaram terem efetuado esse processo aqui no Ocidente usando
corpos ocidentais para o efeito.
Mas no Tibete existem
locais onde corpos estão em esquifes prontos a serem utilizados por grandes
entidades que não querem colocar em risco os seus corpos originais aqui na
Terra. No final de 3 dias a pessoa passa a sua consciência para o corpo que
pode usar durante 1 ano menos um dia. Acredito que há muita gente por aí usando
corpos destes.
25 Dezembro como o renascer do Sol
Embora o dia
mais curto deste ano de 2017 tenha sido no solstício de inverno, dia 21 de
Dezembro, e assim sendo a partir desta data os dias vão crescer… Isto é
cientificamente mas esotericamente, a partir de 25 de Dezembro, temos o acordar
do Sol e é o que celebramos no nascimento de Cristo e noutras celebrações da
época.
O Renascer do
Sol simboliza a Ressurreição com tudo o que isso implica e é por isso que hoje
que é véspera de Natal, dia 24, quis acabar este artigo como sendo uma Luz de
Esperança no vosso Caminho Espiritual e essa Luz é Cristo o verdadeiro Mestre e
arquétipo do Vencedor da Morte.

Paz e Amor
Curadora64
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2 comentários:
Ainda não tinha lido este artigo, e acho curioso o teres postado, pois foi mesmo neste dia que postaste o artigo que me chegou aos ouvidos o assunto sobre a tal "via".
As tais sincronicidades... mas já vês que tens de começar a ler mais o blog...ahahah...
Beijinhos
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